terça-feira, 20 de novembro de 2012

CNV RECEBEU INTEGRANTES DA COMISSÃO CAMPONESA


Membros da Comissão Nacional da Verdade receberam ontem à tarde, em Brasília, integrantes da Comissão Camponesa da Verdade, grupo formado para apurar as graves violações de direitos humanos ocorridas no campo no período de 1946-1988. O objetivo da comissão camponesa é auxiliar os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade. Também participou do encontro o assessor da Secretaria de Direitos Humanos, Gilney Viana.
A Comissão Camponesa da Verdade é formada por membros de diferentes organizações que trabalham na defesa de direitos dos trabalhadores rurais, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a Comissão Pastoral da Terra, o Movimento de Mulheres Camponesas, Plataforma Dhesca, Terra de Direitos e o Instituto de Pesquisa, Direito e Movimentos Sociais.
Segundo Nicinha Porto, da Contag, o processo de formação da comissão camponesa começou em abril deste ano e foi amadurecendo com a adesão de diversas organizações sociais. “O movimento social concluiu que era necessário que organizações camponesas e seus apoiadores deveriam intervir no processo de busca pela verdade”, afirmou.
O grupo foi recebido pelos membros da CNV José Paulo Cavalcanti Filho, Paulo Sérgio Pinheiro, Rosa Cardoso e Maria Rita Kehl, coordenadora do Grupo de Trabalho sobre violações de direitos humanos relacionados à luta pela terra e contra populações indígenas, por motivações políticas.
Segundo Maria Rita, a comissão camponesa terá toda a autonomia para seu trabalho e “a Comissão Nacional usará o material cujo conteúdo estiver dentro das atribuições da CNV”.
A Comissão Camponesa pretende realizar ainda em dezembro um encontro com intelectuais que possuem trabalhos sobre casos graves de violações de direitos humanos no campo para definir linhas centrais de pesquisa na área. O evento deverá ter apoio da CNV e será a primeira parceria entre as duas comissões.
Os membros da Comissão Camponesa relataram também que a impunidade de graves  violações de direitos humanos ocorridas no campo no período de 1946 a 1988 contribuem para a continuidade da violência no campo. Segundo Antonio Canuto, da Pastoral da Terra, os relatórios anuais da CPT demonstram isso.
“Todas essas formas de violência no campo, que tiveram seu apogeu na ditadura, ainda continuam. Esses fatos deverão estar presentes nas nossas recomendações, que deverão estabelecer elos entre passado e presente, visando a não-repetição desses fatos”, esclareceu Maria Rita.
Para Paulo Sérgio Pinheiro, o trabalho da nova comissão é bem-vindo. “Saudamos com o maior entusiasmo a comissão camponesa. A Comissão da Verdade tem esse compromisso de revelar violações pouco conhecidas”, acrescentou.
Assessoria de Comunicação
Comissão Nacional da Verdade

Nenhum comentário:

Postar um comentário