A Comissão Nacional da Verdade realiza no próximo sábado (23) uma audiência pública para apurar casos de empresas prejudicadas pela Ditadura Civil-Militar. O foco do evento será o caso Panair do Brasil, companhia aérea de capital 100% nacional que perdeu a licença para voar em 10 de fevereiro de 1965 e acabou extinta pelo regime.
Participarão da audiência o coordenador da CNV, Paulo Sérgio Pinheiro, e a integrante da Comissão, Rosa Cardoso, coordenadora do grupo de trabalho Golpe de 64, que apura o contexto em que se deu o golpe e as medidas repressivas que vieram na esteira de sua implementação.
O objetivo da audiência, segundo Rosa Cardoso, é colher dados, depoimentos e documentos sobre a destituição de direitos da empresa, fato que deverá integrar o relatório da Comissão da Verdade, a ser entregue em maio de 2014 à presidenta Dilma Roussef.
Para Rosa Cardoso, “a extinção da Panair, a demissão de seus funcionários, a perseguição sofrida pela companhia, impedida de voar, não constituem apenas uma grave violação dos direitos dos empresários sócios, mas de todo o corpo de funcionários e da própria sociedade, que perdeu os serviços de uma empresa exemplar”.
Além dos membros da CNV, estarão presentes na plateia ex-funcionários da Panair, que se reúnem periodicamente, e os herdeiros dos empresários sócios da companhia aérea, Rodolfo da Rocha Miranda, filho de Celso da Rocha Miranda, e atual presidente da Panair do Brasil, e Marylou Simonsen, filha de Mario Wallace Simonsen.
Também participam do evento Wadih Damous, presidente da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, e Paulo Ramos, deputado estadual, o historiador e cientista político José Murilo de Carvalho, a historiadora Heloisa Murgel Starling, da CNV, que gerencia a pesquisa do GT Golpe de 64, e o jornalista Daniel Leb Sasaki, autor do livro “Pouso Forçado”, sobre a história da Panair.
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