Atendendo a pedidos da sociedade civil, Comissão Nacional da Verdade sugere que local seja transformado em espaço de memória, verdade e justiça
O coordenador da Comissão Nacional da Verdade Cláudio Fonteles enviou na tarde de ontem (06) um ofício ao governador do Estado do Rio Grande do Sul Tarso Genro solicitando o tombamento da ex-sede do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), extinto em 1982. O tombamento é a primeira medida para que futuramente seja possível instalar no local um memorial da verdade e justiça.
O pedido de tombamento é uma reivindicação da sociedade civil organizada no estado do Rio Grande do Sul. Em junho deste ano, o Comitê Carlos de Ré organizou uma ação de identificação do espaço de tortura. O ato teve como objetivo reafirmar a necessidade de punição dos torturadores e o direito à memória e verdade.
“Dopinha”, como era mais conhecido, serviu de palco para mais de 30 casos de tortura, desaparecimento forçado e morte de ativistas políticos contrários ao regime militar (1964-1985). Entre eles o músico Raul Ellwanger, autor de músicas como “o pequeno exilado”, que chegou a ficar encarcerado por 15 dias e posteriormente foi expulso do país.
Rua Santo Antônio, n° 600, bairro independência é o endereço do prédio que hoje funciona como o palácio da polícia. Segundo consta no texto do ofício enviado, o local pode se tornar um espaço de “expressão artística – cívico- cultural”. O memorial poderá receber o nome do gaúcho preso e desparecido Luiz Eurico Tejera Lisboa, o Ico Lisboa.
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