Artigo do
Messias Pontes para 03.07.13
Como
historicamente acontece desde que o Brasil é Brasil, as elites econômicas
sempre tiveram grande desprezo pelo povo. Hoje essas carcomidas elites são
defendidas e representadas pela oposição conservadora de direita – PSDB, DEMO e
PPS. A velha mídia conservadora, venal e golpista que funciona e até já se
declarou como o principal partido de oposição, se encarrega de difundir as
ideias mais atrasadas. Ela não aceita, em hipótese alguma, que o povo seja protagonista da sua
própria história.
Na manhã de
ontem a presidenta Dilma Rousseff encaminhou ao Congresso Nacional as sugestões
de temas para a formulação do plebiscito sobre a reforma política que as forças
vivas da Nação estão a exigir: a forma de financiamento das campanhas
eleitorais, do sistema eleitoral, a possibilidade do fim da suplência de
senador, a manutenção ou não das coligações partidárias e o fim do voto secreto
nas votações do Congresso.
Para evitar
que a oposição conservadora de direita alegue que a presidenta Dilma está querendo
impor e enfiar goela abaixo a sua proposta, o vice-presidente Michel Temer, que
se fazia acompanhar do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, foi logo
esclarecendo ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que
a competência para elaboração do plebiscito é exclusivamente do Congresso
Nacional. Observou Temer que o que o Executivo está fazendo é uma mera
sugestão, pois quem vai conduzir o processo do início até o fim é o Congresso.
Antes mesmo
de conhecer as propostas do Executivo, a oposição conservadora foi logo
desqualificando-as e se posicionando contra a participação popular na
elaboração das diretrizes da reforma política. Como historicamente sempre
defendeu uma democracia sem povo, a direita quer impor, com o irrestrito apoio
da velha mídia, o referendo, ou seja, o povo vai opinar somente depois da coisa
feita.
Receptivo, o senador Renan Calheiros enfatizou que vai tentar estabelecer um calendário de votação do projeto de decreto legislativo que institui o plebiscito de forma que as novas regras da reforma política já tenham validade nas eleições do próximo ano, ou seja, votado até o dia três de outubro próximo.
A reação da
oposição conservadora já era esperada. Afinal, tudo o que for proposto para
beneficiar a maioria dos brasileiros ou colocá-la no centro das decisões, a
direita é contra como sempre foi. Basta lembrar do aumento de 100% para o
salário mínimo proposto pelo então ministro do Trabalho de Getúlio Vargas, João
Goulart e pela decretação do 13º para os trabalhadores. Toda a direita,
capitaneada pela tristemente célebre União Democrática Brasileira (UDN) e pela
velha mídia. Em editorial de primeira página o jornal O Globo afirmava que o
13º salário iria quebrar a grande maioria das empresas. Nenhuma quebrou por
isso.
O senador
tucano Aécio Neves, reagindo ao plebiscito proposto pela presidenta Dilma
Rousseff, afirmou que o governo “não entendeu nada das manifestações populares
e, por isso, o Congresso deve reagir aprovando o referendo”. Aécio defendeu que
a consulta popular deveria ser realizada no mesmo dia das eleições de 2014 para
que a população tenha o direito de referendar ou não a reforma política
aprovada pelo Congresso até lá.
Ora, quem
não entendeu nada, ou se fez de desentendido foi o senador mineiro. O que a voz
das ruas deixou claro é que o povo não se sente representado por esse Congresso
que está aí, com um terço dos senadores que não tiveram um único voto – são
suplentes que assumiram com o afastamento do titular- e com deputados do
quilate do social-cristão homofóbico Marco Feliciano.
Na
realidade, a reforma política vem sendo rejeitada por essa irracional oposição e
pelos setores conservadores do PMDB há muitos anos. Ela vem se posicionando contra
o financiamento público exclusivo de campanha alegando que serão gastos mais de
R$ 900 milhões e que esses recustos deveriam ser canalizados para a educação e
saúde.
Desde quando essa gente teve compromissos com
a educação e a saúde? Ao tirar mais de R$ 80 bilhões anualmente da saúde com a
desaprovação da prorrogação da CPMF – esse valor atualizado estaria hoje em
torno de R$ 100 bilhões -, essa mesma oposição colocou a saúde na U.T.I Na realidade, quer mesmo é continuar
recebendo bilhões das grandes empresas
para garantir sua eleição e reeleição. Empresa nenhuma financia candidato se
não tiver certeza do retorno em dobro do dinheiro investido.
O que quer e
sempre quis essa oposição conservadora de direita, a mesma da casa-grande, é
uma democracia sem povo.
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