Joaquim Câmara Ferreira
Nascido em São Paulo, em 5 de setembro de 1913, filho de uma família de Jaboticabal, interior do estado de São Paulo. Desde jovem movido pelos ideais de justiça e liberdade, ingressou nas lutas estudantis e na defesa das causas populares, demonstrando uma enorme capacidade de liderança e organização. Entrou no Partido Comunista Brasileiro, com 18 anos de idade, em 1930, quando era estudante de Engenharia na Escola Politécnica de São Paulo. Logo depois se tornaria um dos fundadores do Socorro Vermelho Internacional, entidade cujo objetivo era prestar solidariedade a presos políticos de todo o mundo e, a partir da qual, criaria em seguida a Federação da Juventude Comunista do Brasil. Nesse período, participou da chamada "Batalha da Praça da Sé", também conhecida como "A Revoada dos Galinhas Verdes", em 07/10/34, quando militantes antifascistas expulsaram as milícias integralistas que haviam ocupado a praça.
No início de 1940, Câmara Ferreira foi preso e barbaramente torturado pela polícia do Estado Novo.
Como jornalista profissional, Câmara Ferreira foi redator do Jornal Vanguarda Estudantil, tradutor da France Press, editor e diretor das publicações Hoje e Notícias de Hoje, ambos ligados ao PCB.
Na década de 60, rompe com o Partido Comunista Brasileiro e, juntamente, com Carlos Marighella, fundam e dirigem a ALN - Ação Libertadora Nacional, principal organização da esquerda armada em reação ao regime militar. Joaquim Câmara Ferreira, foi o comandante político da ação que sequestrou o embaixador americano em 1969, ocasião em que foram libertados 15 presos políticos. “Toledo”, como era conhecido, entregou sua vida na defesa do povo, especialmente dos mais desprotegidos e marginalizados na sociedade. Foi preso na Avenida Lavandisca, bairro de Indianópolis, na cidade de São Paulo, ás 19 horas, do dia 23/10/1970 e, levado para o sítio “31 de Março”, de propriedade de alguns empresários, utilizado pelo delegado Fleury, como local de torturas e assassinatos, onde, logo depois, morreu sob violenta tortura policial.
Nesta data, tão significativa, queremos expressar a nossa mais profunda homenagem a esse grande brasileiro, com a certeza de que aqueles que criminosamente torturaram e mataram, amanhã, nada mais serão nas páginas esquecidas da História. Enquanto homens como Joaquim Câmara Ferreira, nosso “Comandante Toledo”, e tantos outros como ele, que deram sua vida em defesa de um mundo livre e igualitário, receberão a honra e o agradecimento eternos nos corações de nosso querido povo brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário